WINTER – O GOLFINHO

(Dolphin Tale – EUA – 2011)

Direção: Charles Martin Smith
Roteiro: Karen Janszen e Noam Dromi
Elenco: Nathan Gamble, Ashley Judd, Harry Connick Jr., Kris Kristofferson, Morgan Freeman, Cozi Zuehlsdorff, Austin Stowell.
Típica “aventura família” envolvendo simpáticos animais, estrelado por crianças e contando uma história de superação e dramas pessoais, Winter – O Golfinho traz todos esses elementos combinados, com uma leve diferença: a superação, nesse caso, é do próprio golfinho.
Na trama, Winter ficou seriamente ferida após ficar presa em uma armadilha de siris, e, devido à gravidade dos machucados, teve sua calda amputada. Sua recuperação só é possível graças à ajuda de Sawyer Nelson (Gamble), um garoto isolado que a encontrou na praia logo após o seu acidente. Porém a condição do golfinho pode custar sua vida, já que o mesmo não consegue nadar de maneira adequada. É então que o menino tem uma estranha idéia, que pode salvar o animal: criar uma prótese de calda.
Acertando ao manter sua narrativa inteiramente nos olhos do pequeno Sawyer, o diretor Charles Martin Smith (Bud – O Cão Amigo) consegue assim dar um clima quase fantástico a uma história real – como na cena que apresenta o time de veterinários, ou na primeira visita do garoto ao hospital marítimo. Maravilhado com tudo aquilo, o garoto faz questão de voltar escondido ao hospital (como qualquer criança faria, ou gostaria de fazer, na sua situação) para acompanhar a recuperação de Winter. É lá que ele conhece o Dr. Clay Haskett (Connick Jr.) e sua filha, a pequena Hazel (Zuehlsdorff) com quem inicia uma amizade – e um princípio de romance.
Fazendo apenas o trivial, o roteiro de Noam Dromi e Karen Janszen (esse último, responsável por Free Willy 2) limita-se a criar diálogos engraçadinhos (“hambúrguer picante, a melhor invenção americana depois do jazz”), personagens carismáticos (Morgan Freeman é sempre uma excelente escolha) e alívio cômico animal (o pelicano arruaceiro). Tudo isso adicionado ao drama do primo que foi para a guerra.
O problema é que a dupla não sabe estruturar o seu texto, tornando a narrativa arrastada – boa parte do que foi explicado na sinopse (segundo parágrafo) só acontece na metade do segundo ato. Além disso, eles ainda incluem uma cena completamente desnecessária envolvendo um helicóptero de brinquedo que, além de não acrescentar nada, é demasiadamente longa.
Porém o maior equívoco do longa é fato de mostrar letreiros dizendo “baseado em uma história real” no início da projeção e, em seguida, exibir o nome de Winter nos créditos iniciais, informando que o golfinho interpretou a si mesma. Ainda que seja bonito ver o próprio animal revivendo suas aventuras, isso quebra toda sensação de suspense da história que, em diversos momentos, quer que temamos pela vida dela, quando já sabemos que nada de muito grave irá lhe acontecer.
Nada disso, entretanto, deve estragar o resultado ou afastar o público alvo. Sabendo disso, a Warner adiantou a sua estréia nacional cuidadosamente para o feriado de dia das crianças. Afinal, trata-se de um filme que trás diversão na medida certa para agradar bastante a publico juvenil e alguns pais.

Nota:(Regular) por Daniel Medeiros

O 7 Marte agradece à EspaçoZ, a PalavraCom e o Cinesystem por organizarem a cabine de imprensa onde pudemos assistir a esse filme.