American Pie: O Reencontro – Crítica

O primeiro American Pie foi não só um sucesso inesperado de bilheteria, como se
tornou a referência das comédias adolescentes da década de 90. Assim como
Porkys fez no passado, Jim, Stifler e cia. nos apresentam a uma mistura de
humor escatológico, toques de besteirol, e nenhum pudor; ao mostrar um grupo de
adolescentes fazendo um pacto para perderem a virgindade até a formatura.
Obviamente essa fórmula não funcionaria por muito tempo – prova disso são os
resultados inferiores das suas continuações –, e é exatamente nesse ponto que
reside a maior qualidade de
American Pie
– O Reencontro
.
Assim como o público que os
assistiu em 1999, o elenco e seus respectivos personagens envelheceram. Sabendo
disso, a dupla de diretores Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg – mesmos das
aventuras de Harold & Kumar
investe seu humor exatamente na transição para a vida adulta, nas
responsabilidades, no emprego, na família e no simples fato de que eles não têm
mais idade para ficar festando a noite inteira. Isso, é claro, não impede que a
turma se meta em confusões cada vez mais absurdas, envolvendo adolescentes nuas
e rixas com os valentões da escola.
A trama gira em torno da reunião
de 12 anos de formados da turma de 1999. Adultos e cheios de responsabilidades,
os amigos se reencontram para matar a saudade e rever os colegas. Jim (Jason
Biggs) continua casado com Michelle (Alyson Hannigan), e no momento passa por um
período de “seca” após o nascimento do seu primeiro filho; Oz (Chris Klein) mantém
a fama de apresentador esportivo e é casado com uma bela modelo, mas nunca
conseguiu esquecer Heather (Mena Suvari), seu primeiro amor; problema similar
ao que passa Kevin (Thomas Ian Nicholas), que, mesmo com um casamento feliz,
não consegue esconder a excitação ao ver Vicky (Tara Reid) novamente; Finch (Eddie
Kaye Thomas) continua se aventurando pelo mundo procurando um verdadeiro amor
que o faça esquecer a Mãe de Stifler (Jennifer Coolidge); enquanto Stifler (Seann
William Scott) quer a todo custo manter as coisas exatamente como eram nos
tempos de escola.
Estruturando o seu roteiro por
meio de esquetes, com um fiapo de histórias interligando as cenas, o texto de Hurwitz
e Schlossberg procura aproveitar ao máximo o humor dos personagens, porém tal
estrutura impossibilita desenvolvimento das situações, e acaba apelando para
diálogos explicativos e desnecessários (“Ah,
então você passou os últimos 10 anos em Nova Iorque trabalhando com arquitetura?”
).
Além do mais, o roteiro insere diversas cenas desnecessárias que não
acrescentam nada à história, como a sequência em que o Pai de Jim (Eugene Levy)
faz um cadastro num site de namoros.
Entretanto, American Pie nunca foi famoso por causa de seus roteiros bem elaborados,
mas sim por seus personagens cativantes. E isso O Reencontro tem de sobra: Jim continua o desastrado de sempre,
Kevin e Oz continuam inseguros, Finch é o mesmo estranho com cara de Mr. Bean, e Stifler… bem, ele continua
sendo o Stifmeister. Em meio a risadas e situações embaraçosas (a cena do Pai
do Jim na festa é a melhor), American
Pie – O Reencontro
termina a sua projeção cumprindo o que promete: uma
reunião daqueles velhos amigos que não víamos há muito tempo. Vale pela
nostalgia.


(American Reunion – Comédia – 2012 – EUA – 113 min.)
Direção: Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg
Roteiro: Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg
Elenco: Jason Biggs, Alyson Hannigan, Chris Klein, Thomas Ian Nicholas, Tara Reid, Seann William Scott, Mena Suvari, Eddie Kaye Thomas, Jennifer Coolidge e Eugene Levy.

Nota:(Bom) por Daniel Medeiros