Daniel MedeirosDocumentário aborda fenômeno surgido na internet e suas repercussões na vida real.
Em 2014, duas jovens de 12 anos de idade foram presas acusadas de esfaquear uma amiga delas 19 vezes. Quando questionadas pela polícia sobre o motivo para tal violência, elas explicaram que trata-se de um sacrifício oferecido para o Slenderman. A partir dessa fato, a documentarista Irene Taylor Brodsky (Hear and Now) cria a narrativa central do documentário Cuidado com o Slenderman (Beware the Slenderman, 2016), cujo objetivo é tentar entender o fenômeno desse personagem fictício da cultura online.
O Slenderman é descrito como uma criatura humanoide sem rosto, muito alta, com longos braços finos e vestindo um terno preto. É uma figura associada à floresta e normalmente é “visto” capturando crianças. Desde a sua criação em 2009, o personagem foi cresceu dentro da internet. São diversos vídeos no Youtube e fotos em redes sociais mostrando as supostas aparições desse ser. Toda uma mitologia foi criada em cima dele, fazendo com que muitas pessoas passassem a acreditar na sua existência.
Desenvolvido e lançado pela HBO, o documentário Cuidado com o Slenderman busca explorar esse fenômeno em paralelo com o caso de Morgan Geyser e Anissa Weier, as duas meninas acusadas de tentativa de assassinato. O filme traz entrevistas com psicólogos e com especialistas na cultura online, além de mostrar trechos do interrogatório das meninas.
Existem, porém, algumas limitações de realização. A documentarista Irene Taylor Brodsky não teve acesso direto as meninas, não pode fazer as suas próprias perguntas e nem teve a permissão de filmar os rostos delas durante as audiências. Além disso, o julgamento delas ainda não aconteceu. O que vemos é uma tentativa dos advogados de defesa de fazê-las serem julgadas como menores, e não como adultas. Ao final do filme, quando essa questão é resolvida, queremos saber o que aconteceu em seguida. Tomara que tenha uma continuação!
Cuidado com o Slenderman está disponível no HBO Go. Confira o trailer abaixo.